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Juro futuro inverte direção e projeta corte da Selic

A grande discussão até aqui era se o BC teria de voltar a subir os juros em 2012.

O mercado financeiro brasileiro também se rendeu aos riscos de ser afetado pela crise global, que vem ganhando contornos mais preocupantes nos últimos dias. A piora nas condições de financiamento da Espanha e da Itália, que forçaram a intervenção do BCE, trouxeram à memória o período turbulento iniciado com a quebra do banco Lehman Brothers em 2008, que afetou a liquidez mundial e forçou o corte das taxas de juros mundo afora. Com isso, o mercado de juros corrigiu ontem seu cenário e passou a considerar a chance de o BC brasileiro começar a cortar a taxa Selic no início de 2012 - ideia completamente fora de questão até agora, diante da inflação ainda distante do centro da meta.

Na esteira da piora do humor externo, os contratos futuros de juros de médio e longo prazos recuaram e, durante o pregão, inverteram o que especialistas chamam de "inclinação da curva".

Essa queda nas taxas futuras mostra que o mercado passou a considerar a possibilidade de um corte de 0,10 ponto percentual na Selic no início do próximo ano.

O contrato para janeiro de 2013, mais líquido no dia, perdeu 0,17 ponto percentual, para 12,35% ontem.

Há uma semana, essa taxa estava em 12,70%. A grande discussão até aqui era se o BC teria de voltar a subir os juros em 2012.

Essa inversão do mercado também afetou o espaço para a venda de títulos públicos prefixados no leilão de ontem. O Tesouro Nacional, observando uma demanda menor pelos títulos, reduziu a oferta para 3,750 milhões (na semana anterior, foram 4,80 milhões). E vendeu apenas 45% desse volume. Segundo profissionais, a volatilidade das taxas no momento do leilão deve ter promovido uma falta de consenso sobre as propostas e, com isso, o Tesouro preferiu não vender todo o lote.

O movimento de ontem, dizem profissionais, pode ganhar força nos próximos dias, com a crise da União Europeia contagiando a confiança entre bancos da região - as instituições financeiras voltaram a suspender empréstimos no mercado interbancário para depositar recursos apenas junto ao BCE - e fazendo as ações das instituições despencarem. "Diante desse quadro, fica difícil para o mercado carregar tantas posições compradas [a favor da alta] em juros", explica um profissional. "O mercado mudou de opinião e já vê necessidade de o BC cortar a Selic."

Também o risco de o Brasil "importar" a desaceleração econômica externa pesa sobre os negócios. E provocou uma nova queda na chamada inflação implícita das NTN-Bs (papéis atrelados ao IPCA). Ontem, a parcela da remuneração do título com vencimento em 2014 que se refere à expectativa de inflação recuou para 5,60%, de 5,64% ontem e 5,82% na quinta-feira passada.

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