Notícias
Empresas médias fogem de bancos para aliviar dívida
Atraídas por custos mais baixos e prazos mais longos, as empresas intensificaram a emissão de títulos nos últimos anos.
Se entre as maiores companhias brasileiras, que captam recursos com regularidade no exterior, a desintermediação financeira já é uma realidade, agora as médias empresas também se aproximam do mercado de capitais, com a substituição de empréstimos bancários por emissão de papéis de dívida. Atraídas por custos mais baixos e prazos mais longos, as empresas intensificaram a emissão de títulos nos últimos anos. Somente em 2012, o volume de captações de debêntures de valor inferior a R$ 200 milhões se aproxima de R$ 9 bilhões, em 78 operações.
"Temos visto uma migração muito grande de linhas que antes eram exclusivamente bancárias para o mercado de capitais", afirma o vice-presidente do Santander, Ignácio Adame. Segundo Antonio Oliveira, superintendente do HSBC, das 50 operações intermediadas pelo banco em 2011, cerca de 30 foram para empresas médias e 25 representaram a troca completa da dívida.
Gilberto Zancopé, dono da montadora de tratores agrícolas Montana, foi um dos que se beneficiaram. Ele não esquece o dia em que os R$ 50 milhões da primeira emissão de debêntures caíram no caixa da empresa. Foi a primeira manhã, desde a inauguração da fábrica, em 1996, em que ele não teve que ir a um dos oito bancos em que tinha crédito para descontar uma duplicata. "Passei a vida inteira mandando borderô para os bancos, todos os dias." A companhia trocou uma dívida de dois meses e taxa de 20% ao ano por um título de cinco anos com juros da ordem de 14% ao ano.
À medida que a Selic é reduzida pelo Banco Central, empurrando para baixo o juro real (taxa calculada descontando-se a inflação), os investidores passam a demonstrar mais interesse por títulos que oferecem maior rendimento e os papéis atrelados à dívida corporativa aparecem como uma das principais alternativas. "Acreditamos que a mudança de juros é estrutural, que veio para ficar e apostamos cada vez mais no mercado brasileiro de dívida", diz Sérgio Machado, chefe de renda fixa do Credit Suisse. O movimento, no entanto, tem ocorrido "à brasileira". Metade de todas as emissões de títulos corporativos ainda fica no próprio balanço dos bancos, segundo levantamento da Anbima.
Links Úteis
Indicadores diários
| Compra | Venda | |
|---|---|---|
| Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.3746 | 5.3776 |
| Euro/Real Brasileiro | 6.22665 | 6.2422 |
| Atualizado em: 31/10/2025 19:02 | ||
Indicadores de inflação
| 08/2025 | 09/2025 | 10/2025 | |
|---|---|---|---|
| IGP-DI | 0,20% | 0,36% | |
| IGP-M | 0,36% | 0,42% | -0,36% |
| INCC-DI | 0,52% | 0,17% | |
| INPC (IBGE) | -0,21% | 0,52% | |
| IPC (FIPE) | 0,04% | 0,65% | |
| IPC (FGV) | -0,44% | 0,65% | |
| IPCA (IBGE) | -0,11% | 0,48% | |
| IPCA-E (IBGE) | -0,14% | 0,48% | |
| IVAR (FGV) | 0,28% | 0,30% |