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Empresários apontam tributos, falta de mão de obra qualificada e baixa oferta de crédito como principais vilões, diz pesquisa

Estudo divulgado pela CNI ouviu 1.002 empresários sobre o chamado Custo Brasil, conjunto de barreiras estruturais que dificulta produção, inibe investimentos e reduz competitividade

Empresários da indústria apontam a carga tributária, a dificuldade para contratar mão de obra qualificada, o acesso limitado ao crédito e os juros altos como os principais entraves ao aumento da produção, de investimentos e da competitividade do Brasil.

As conclusões estão em uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (15) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada pelo Instituto Nexus, sobre o chamado Custo Brasil.

O Custo Brasil é um conjunto de barreiras estruturais, burocráticas e econômicas que eleva os custos de produção, inibe investimentos e reduz a competitividade do país.

Outros entraves, como a dificuldade de acesso a insumos básicos, a falta de infraestrutura, e a baixa oferta de serviços públicos, também foram mencionados pelos 1.002 empresários ouvidos pela pesquisa, realizada entre 14 de julho a 7 de agosto.

Os entrevistados também listaram problemas de integração internacional e empecilhos para abertura, fechamento ou encerramento de negócios como fatores que elevam o Custo Brasil.

"Todos os anos, jogamos fora mais de 20% do PIB brasileiro por não resolvermos dificuldades estruturais, como tributos, financiamento, qualificação de pessoas e infraestrutura. Esse é o preço do Custo Brasil. O valor equivale aos gastos de toda a máquina estatal com servidores públicos neste ano", afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI.

"Diante de um cenário externo cada vez mais desafiador e instável, precisamos avançar internamente e encontrar saídas para melhorar nosso ambiente de negócios. Qual país pode se dar ao luxo de desperdiçar tanto dinheiro?", completou Alban.

  • O estudo mostra que 77% dos empresários industriais acreditam que o Custo Brasil acaba aumentando os preços finais pagos pelos consumidores.
  • Em um recorte por estado, 93% dos empresários percebem que, no Nordeste, o Custo Brasil resulta em aumento expressivo nos preços, seguido pelas regiões Sul (87%), Sudeste (78%), Norte/Centro Oeste (76%).
  • Ainda segundo o estudo, caso o Custo Brasil fosse menor, 77% dos empresários teriam mais apetite para investir em suas empresas.

Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, destaca que a taxa de juros que vigora atualmente é uma "anormalidade".

"Temos uma taxa de juros que, realmente, é incompatível com processo de investimentos, difícil de pensar em uma atividade que vai dar retorno anual a ponto de angariar que a angariar esse recurso do sistema financeiro ou o medo de disponibilizar recursos próprios para esse investimento, vale a pena em termos de seu custo e oportunidade", pontua.
  • Metade dos entrevistados (56%) também destaca que a redução de processos trabalhistas impulsionaria a contratação de mão de obra.
  • Além disso, 46% dos entrevistados afirmaram que adotariam a estratégica de empregar mais trabalhadores e aumentar o investimento simultaneamente.
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