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BC desliga Plataforma do Drex e redefine o futuro do Real Digital

Modelo técnico empregado teria sido considerado inseguro e com alto custo

O Banco Central (BC) do Brasil anunciou uma reviravolta no projeto do Drex, a moeda digital brasileira (CBDC), ao decidir desligar a plataforma tecnológica que vinha sendo utilizada nos testes. A medida, comunicada aos consórcios participantes do piloto nesta semana, não representa o fim da ambição do real digital, mas sim uma redefinição drástica na sua estratégia e arquitetura.

Após cerca de quatro anos de desenvolvimento e testes, o BC optou por abandonar a infraestrutura atual, baseada em tecnologia blockchain, devido a obstáculos técnicos que comprometiam a segurança e a conformidade legal do projeto.

Motivos decisivos para a mudança de rota

A decisão de “desligar” o Drex (na sua versão atual) e recomeçar do zero é motivada principalmente por três pontos importantes:

1. Inviabilidade da Privacidade e Segurança dos Dados

Este foi o ponto de maior fricção. O modelo tecnológico testado não conseguiu garantir a confidencialidade absoluta das transações em estrita conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o sigilo bancário. Em um sistema de moeda digital centralizada, garantir a privacidade dos usuários, ao mesmo tempo em que se permite a rastreabilidade estritamente necessária para combater crimes financeiros (como lavagem de dinheiro), mostrou-se um desafio técnico insolúvel na arquitetura empregada.

2. Alto Custo e Insegurança Tecnológica

Fontes do mercado indicam que o modelo técnico utilizado, embora inovador, foi considerado inseguro e com alto custo operacional para uma implementação em escala nacional. O entendimento dentro do BC é que a arquitetura do desenho inicial se mostrou inviável dentro das restrições e necessidades atuais do sistema financeiro brasileiro. A tecnologia empregada não entregou a robustez e a eficiência esperadas.

3. Mudança de Foco: Prioridade para Casos de Uso

Com o desligamento da plataforma, o BC adota uma abordagem mais pragmática e “tecnologicamente agnóstica”. Isso significa que, em vez de partir da tecnologia (blockchain) e depois buscar aplicações, a nova fase do projeto, prevista para 2026, focará primeiro na definição dos casos de uso mais relevantes para o mercado (como a tokenização de ativos para garantias de crédito e a interoperabilidade com o Pix e o Open Finance). A escolha da nova tecnologia será uma consequência dessas necessidades de negócio, e não o ponto de partida.

Perspectivas futuras

Apesar do recuo na plataforma, o Banco Central reitera que a iniciativa do real digital não está morta, mas sim em um processo de amadurecimento. A interrupção marca uma pausa para reavaliação e o início de uma nova fase com um novo desenho.

Entre as iniciativas previstas estão um levantamento dos benefícios identificados pelos participantes com as ferramentas desenvolvidas no projeto e a busca por modelos de negócio que possam viabilizá-las. Em seguida, devem ser discutidas as possibilidades tecnológicas dessas soluções e como podem ser disponibilizadas.

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